Toda vez que o pequeno Celso, 4, passa pelas ruas é impossível não associá-lo a imagem de “David Luiz”. É o pai, também Celso Fábio de Menezes, que orgulhoso completa a frase. Na chegada da seleção brasileira a Belo Horizonte, na noite dessa quinta-feira, o garoto curtia a fama de ser parecido com o zagueiro, mas com algumas ressalvas.
“Ele fica bravo quando o pessoal só o chama de David Luiz. Na mesma hora, ele diz ‘meu nome é Celso’”, diz o pai do menino, que logo dá uma pausa na entrevista para tirar a foto do filho com um desconhecido.
“É sempre assim. Dia destes nós fomos parados pelos argentinos. ‘Queremos tirar uma foto com o Davizito’, diziam eles. Teve também iranianos”, relembra o pai, empresário, morador do bairro Xangri-lá, em Contagem.
Apesar do lado fotogênico, o Celso filho é mais acanhado, um pouco tímido quando as perguntas sobre o ídolo são feitas. Mas logo a razão é explicada pelo pai. “Ele está duvidando que o David Luiz existe. É por isto que ele não quer falar”, diz.
Pois bem, voltemos ao primeiro jogo da seleção brasileira na Copa do Mundo. Após festa com os primos, o pequeno David, ou melhor Celso, caiu no sono bem na hora da partida contra a Croácia. Passado os 3 a 1, ele acordou e ficou chocado ao saber que o duelo no Itaquerão tinha acabado.
“Ele abriu o bocão e descambou a chorar. Não conseguiu acreditar que tinha perdido o jogo. Desde então, eu estou tendo dificuldades em fazê-lo acreditar que o David Luiz existe de verdade”, diz Celso.
Aos poucos, a curiosidade do pequeno vai sendo aguçada. Perguntas sobre os jogadores, sobre como os repórteres viram a chegada da seleção, sobre o que aquele ‘monte de gente’ estava fazendo ali, mas quando chega no assunto David Luiz. “Ah, eu acho que ele não existe”, lamenta o garoto.
Nem mesmo uma foto do zagueiro faz cessar as dúvidas. “Se ele está aí (no celular) porque eu nunca o vi?”, indaga o pequeno. “Meu pai diz que ele está na televisão, mas lá não vale também. Está muito longe”, completa Celso ajeitando a cabeleira arrojada.
Agora, para o pai, virou uma questão de honra fazer com que o filho retome a confiança na existência do ídolo. “Pelo filho, a gente faz tudo. Vou marcar presença aqui no hotel da seleção, vou lá onde eles treinam, mas eu vou conseguir fazer com que meu filho veja o David Luiz e continue acreditando que ele existe. Os dois são muito parecidos tanto na fisionomia quanto no caráter. O David Luiz ia ter orgulho de conhecer um garoto assim, como ele. Quem sabe um dia nós o encontramos de verdade”, sonha o pai, que se despede da reportagem novamente interrompido por pedidos de fotos de um desconhecido.
in O Tempo
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