Uma cena em especial, na tarde de ontem, mostrou a paixão dos torcedores que ocupam a frente do Brasília Palace Hotel, onde a Seleção Brasileira está hospedada, e o agradecimento dos jogadores por isso. David Luiz foi um dos dois atletas a descerem para dar autógrafos, tirar fotos e falar com os fãs — pela manhã, foi a vez do goleiro Julio César. Na torcida que se acotovelava para ver o zagueiro, estava Beatriz Costa Carvalho, 8 anos, e a mãe dela, Eliane Santos, 35. Bia é cadeirante por conta de uma doença chamada encefalopatia congênita não-progressiva — espécie de paralisia cerebral que causa problemas de desenvolvimento, na fala e nos pés da menina.
“As pessoas não estavam respeitando nem os cadeirantes. Um fotógrafo enxergou a Bia e pediu para abrirem espaço. O David Luiz viu a cena, repetiu o pedido e, como não foi atendido, chamou nós duas para que entrássemos pelo portão do hotel”, conta a comerciante. Elaine explica que a filha é apaixonada pelo zagueiro da Seleção. Quando ele aparece na televisão, a casa toda fica contagiada com a alegria da menina, que pula, grita e tenta “pegar” o jogador. A comerciante acredita que tanto amor vem por conta da cabeleira, que é parecida com a de Bia.
“Eu não acreditei quando ele pediu para entrarmos. Fiquei muito emocionada. Ela o reconheceu, e os dois tiveram um carinho enorme. Até se abraçaram. Bia ficou superfeliz. Eu faço tudo por ela, e fiquei maravilhada com a simpatia do David”, conta. A atenção do jogador ainda foi além das fotos e abraços: o zagueiro pediu todos os contatos da família e prometeu ajudar em qualquer coisa que melhore a vida de Bia. “Estou até agora sem acreditar”, conclui Eliane.
Fanáticos
Eliane e Bia não eram as únicas lá. De adolescentes enlouquecidos a torcedores fanáticos, o grupo disputava a atenção dos ídolos. Entre os mais animados, as neymarzetes e as fãs de outros jogadores, como David Luiz e Oscar. As amigas Allany Barbosa, 12 anos, da Cidade Ociedental (GO); e Thaianara Ketlen, 16, de Dom Bosco (MG), madrugaram em frente ao hotel. “Nós chegamos às 4h e não temos hora para ir embora. Ainda quero ver o Fred”, diz Thainara.
in Correio Braziliense
Sem comentários:
Enviar um comentário