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Do outro lado
A maioria dos prováveis titulares amanhã ainda não tinha começado a escola primária. Kardec, com um ano, provavelmente ainda mal dizia “mãe” e “pai”. David Luiz, Gaitán, Coentrão e Javi García ainda davam os primeiros passos. Já Saviola, Aimar e Luisão estariam a terminar o 1.º ciclo escolar e tinham o desejo de vingar no futebol bem definido. O campeonato português não era, certamente, o centro das atenções dos sul-americanos.
Hoje, com mais ou menos mediatismo, ninguém se pode queixar da oportunidade que o futebol lhes deu. Contudo, tiveram de passar privações e dificuldades até chegarem a este ponto. Afinal, passaram-se mais de duas décadas desde que Benfica e Portimonense se defrontaram na Luz, em março de 1990.
Nascido em Diadema (sul de São Paulo), David Luiz pediu um skate aos pais quando tinha apenas 4 anos. Também nessa altura iniciou-se no judo. Até tinha jeito, mas a sua luta seria outra: chegar à seleção brasileira. Por causa desse sonho, sacrificou a vida familiar. Aos 16 anos, deixou a casa dos pais e rumou até à Baía.
Aos 19, estreou-se na equipa principal do Benfica. Hoje, é um dos rostos da renovação do escrete.
Gaitán também sabe o que custa ganhar a vida.
Nascido no seio de família com parcos recursos financeiros, seria obrigado a vender flores nos comboios. Só mais tarde, quando arriscou no futebol, seria descoberto pelo olho de lince de Ramón Maddoni, uma sumidade na deteção de talentos na Argentina. O Boca Juniors, colosso daquele país, seria o destino.
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