sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Águia em fúria

ABOLA

Depois de um início de época profundamente negativo - quatro derrotas nos primeiros cinco jogos oficiais e o pior arranque da história do clube no campeonato - o Benfica parece ter encontrado novamente o caminho do sucesso, depois das vitórias com o Hapoel, para a Champions, e com o Sporting, para a Liga, ambas por 2-0.
O triunfo sobre os leões será, contudo, o mais moralizador, não só porque foi diante do eterno rival, mas também porque a exibição foi a melhor da temporada. Na Luz acredita-se que a reacção em fúria da equipa chegou para ficar. Várias razões contribuem para a nova face da águia.

Roberto mais tranquilo
Foi uma das principais dores de cabeça na abordagem à nova temporada. Além dos erros graves que custaram pontos, a sua insegurança semeou a intranquilidade numa defesa normalmente sólida. Mas está a melhorar e a transmitir mais confiança aos poucos.

Melhoria da forma física
Os jogadores que estiveram no Mundial, sobretudo Maxi Pereira, Amorim, Cardozo e Luisão (Coentrão começou a época em grande) parecem já ter o ritmo necessário para responder às exigências e, de uma forma geral, nota-se maior capacidade de resposta da equipa em termos físicos.

Revolta com arbitragens
O sentimento de injustiça provocado pelas arbitragens, sobretudo depois do jogo em Guimarães, causou grande revolta no grupo, acabando por uni-lo mais. O capitão Nuno Gomes colocou-se ao lado da posição da SAD e falou em «lutar contra tudo e todos».

Orgulho ferido
A derrota com o FC Porto na Supertaça e os nove pontos de atraso para os dragões na Liga, resultado do pior arranque da história do Benfica no campeonato (três derrotas nas primeiras quatro jornadas), afectaram, obviamente, o ego da equipa encarnada, campeã em título, que ficou espicaçada.

Vitória no “derby”
Dificilmente haverá melhor mote para a recuperação anímica de uma equipa do que uma vitória sobre o rival, ainda por cima com uma boa exibição. É certo que o Benfica continua atrás dos leões e a nove pontos do FC Porto, mas pela primeira vez esta época reencontrou-se com o seu futebol.

As pazes de Cardozo
O paraguaio é o principal abono das águias, sobretudo depois da partida de Di María e Ramires. Começou mal a época, apático e fora de forma, e teve até uma pega com os adeptos, o que parece tê-lo feito despertar. O matador, herói no derby, está de volta.

Mais opções para Jesus
Além das recuperações de Pablo Aimar e da esperança por Fábio Coentrão e David Luiz [ver página ao lado], Jorge Jesus conta com mais dois reforços para atacar esta fase da temporada. Alan Kardec e Salvio, que têm estado lesionados, alargam o leque de opções em termos ofensivos.

Figuras emergem
Com Gaitán ainda em adaptação e Salvio vindo de lesão, são algumas das figuras da época passada a assumir a despesa de puxar pelo grupo no campo. Aimar e Coentrão já tinham começado bem e contam agora com a ajuda de David Luiz, Luisão, Javi García, Saviola, Maxi, Martins e Cardozo.

Estabilidade no onze
É verdade que Jorge Jesus ainda não repetiu um onze esta temporada, por diversos motivos, mas neste momento, em termos físicos e técnicos, estão criadas condições para a equipa poder estabilizar e criar raízes, o que favorece a dinâmica do colectivo.

Adeptos com a equipa
O mau arranque do Benfica esfriou parte da empatia criada na época passada entre a equipa e os adeptos. A famosa onda encarnada perdeu força, como se verificou pelas assistências na Luz, mas as últimas duas vitórias parecem ter semeado novamente a crença no universo benfiquista.

Fonte: ABola

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