Vi na manhã de terça-feira, no Pontapé Inicial, uma ótima entrevista do zagueiro do Chelsea, David Luiz, ao repórter João Castelo Branco. A cabeça de David Luiz não chama a atenção somente pela cabeleira encaracolada. David tem um discurso diferente do que estamos acostumados a ouvir. Ao mesmo tempo em que se mostrou um profissional de extrema dedicação, que luta pela bola como se fosse a última dividida da carreira, disse que vida dura é a do trabalhador que tem de carregar sacos de cimento nas costas. Perto disso, a dele é uma moleza. Além das palavras e pensamentos bem colocados, gostei do tom e da postura deste jovem de 23 anos, natural de Diadema, São Paulo, que jogou pouquinho no Brasil, e custou mais de 20 milhões de euros ao bolso de Roman Abramovich. David não me pareceu ser nada deslumbrado. Na tarde da mesma terça-feira, mais uma vez me surpreendi com David. A impressão inicial, dos jogos em que defendeu a Seleção Brasileira, e alguns momentos em que o vi atuar pelo Benfica, já era das melhores. Zagueiro sério, duro, e com recursos técnicos. Contra o Manchester United, no clássico remarcado da décima oitava rodada do Inglês, David foi destaque. Cometeu uma pequena pixotada no começo, atabalhoado num “bote”, foi superado com alguma facilidade. Acontece com qualquer grande beque. No mais, esbanjou bola e personalidade. Bola e personalidade pra ir ao ataque e marcar um golaço, o do empate. Absolutamente consciente. Pouco antes de ser substituído(sentiu um probleminha muscular), instantes antes da virada do Chelsea, dividiu com Wayne Rooney como se fosse a última bola da carreira. Exatamente como disse ao João. David Luiz provou que cumpre o que fala. Como fala bonito, tem tudo pra ter uma bela carreira. Um zagueiro pra mais quinze anos.
Fonte: ESPN Brasil
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