quinta-feira, 17 de maio de 2012

Xerife de sorriso aberto, David Luiz conquista Chelsea com bom humor

Cabelo esvoaçante, sorriso fácil e sempre uma piada na ponta da língua. Não é preciso conhecer David Luiz de perto para saber que se trata de um boa-praça. Se zagueiros geralmente são conhecidos por colocarem medo, esse brasileiro de 25 anos optou por impor respeito usando outra arma: o bom humor. E foi dessa maneira que ele se meteu entre os medalhões de Roman Abramovich e se tornou um dos líderes do Chelsea, que disputa neste sábado a partida mais importante de sua história: a final da Liga dos Campeões, contra o Bayern de Munique, na Allianz Arena, às 15h45m (de Brasília), em partida que será transmitida ao vivo pelo GLOBOESPORTE.COM e TV Globo.
Recuperado da lesão na coxa que o afastou da equipe no último mês, David Luiz falou da expectativa para o jogão. O prestígio conquistado em apenas um ano e meio nos Blues, obviamente, também entrou em pauta, e o zagueiro respondeu com a mesma naturalidade que é capaz de dar uma bronca em John Terry dentro de campo ou pular em suas costas, como fez enquanto o capitão dava entrevistas após o título da Copa da Inglaterra:
- Quando vim, foi até um certo desafio por achar que encontraria um grupo muito triste e frio, por conta dos ingleses. Não encontrei isso. Vi o contrário e pensei: “Por que não trazer o jeito brasileiro?”. Conquistei muita coisa na vida sempre sendo quem eu sou, nunca precisei ter duas caras. Sempre brinquei. Isso gera uma onda positiva para o meu trabalho e minha vida - disse, em entrevista exclusiva ao GLOBOESPORTE.COM, no seu apartamento, em Londres.

David Luiz: o lado positivo do Chelsea

No bate-papo de cerca de 50 minutos, o camisa 4 do Chelsea passou ainda a carreira a limpo, relembrando passagens por São Paulo, Vitória e Benfica, analisou a temporada de altos e baixos do clube até se firmar com Roberto Di Matteo e se mostrou tranquilo quanto as críticas da imprensa inglesa.
E, claro, o cabelo extravagante, naturalmente, também foi lembrado apesar do jogador ter usado um boné durante a entrevista. Confira a resposta sobre o tema e todo o bate-papo com o defensor do Chelsea e da Seleção Brasileira abaixo:

GLOBOESPORTE.COM: Depois de cerca de um mês de tratamento, você está, enfim, recuperado e na hora certa para a final. Queria que falasse de todo esse processo de recuperação e tudo o que passou pela sua cabeça quando sentiu a lesão contra o Tottenham em um momento tão importante da temporada?
David Luiz: Já passei por situação piores de lesão. Foram minhas cirurgias no pé em Portugal, quando disseram até que eu podia não voltar a jogar bola. Mas sempre acreditei em Deus, na minha dedicação, no meu trabalho diário e é isso que faz a diferença. Naquele momento, ainda lembro que senti na corrida e ainda pensei em puxar o Adebayor. Seria expulso e podia ser pior. Ainda bem que tive essa noção no momento e depois vencemos o jogo, que é o que importa. A partir do momento que a temporada vai chegando na reta final, chegam os grandes jogos. Fiquei um pouco frustrado por querer jogar, mas tranquilo e sabendo que estava vivendo uma coisa natural da minha profissão. É preciso saber ser grande também neste momento. As lesões que eu tive no passado me fizeram amadurecer neste sentido.


Até a última quarta, o Di Matteo ainda alimentou a dúvida sobre sua participação ou não na final. Você sempre teve a certeza da recuperação ou chegou a temer?
Sempre profetizo coisas boas na minha vida. Até a partida ainda temos treinos, e Deus queira que não aconteça nada nem comigo nem com ninguém, seja do Chelsea ou do Bayern. Jogadores que se dedicam, sendo do meu time ou não, merecem jogar uma partida como essa. Por isso, fico um pouco triste pelo Ramires, Terry, Ivanovic, Raul Meireles, o Luiz Gustavo, que é um grande amigo que falo sempre. É um pouco chato, mas também faz parte. Deus tem um caminho para cada um. Jogadores deste nível não jogarão só um grande jogo na vida. Final de Champions é difícil, e fico muito feliz e contente por ter chegado esse momento. Agora, é ter cautela e dedicação nos treinamentos.


Você falou que é um momento que todos querem participar. Há jogadores históricos, como o Ronaldo Fenômeno, que nunca tiveram esta oportunidade que você vai ter no sábado. Como está a expectativa, a cabeça para esse jogo?
Sempre acompanhei a Champions League e sonhei com isso. É como você falou, um dos maiores nomes da história do futebol mundial não teve essa oportunidade que estou tendo. É simplesmente indescritível o sentimento. Fico muito feliz, principalmente por tudo que já me dediquei até hoje para ser premiado com um momento tão grande como esse. Todo mundo sabe o que representa esse jogo.


Da partida em si, o que você pode falar da equipe do Bayern? Você terá pela frente o Mario Gomez, que é um cara não tão badalado como Messi e Cristiano Ronaldo, mas que vem de uma temporada fantástica.
O Bayern é todo muito qualificado. Não é à toa que eliminou o Real Madrid. Tem esses três da frente, Ribery, Robben e Mario Gómez, que são excepcionais. Vejo um time todo muito capacitado. Com o Lahm, que já joga há muitos anos e é capitão, o Schweinsteiger que sou apaixonado pelo futebol dele... Sorte a nossa que o Luiz não está, porque ele dá uma consistência e uma proteção muito grande ao trio da frente. É um grande clube, que mereceu estar nessa final e em uma final de Champions League não podemos escolher adversário.


O que vocês fizeram na semifinal, eliminando Real e Barcelona, que o mundo esperava ver em uma final, dá ainda mais moral e prestígio para esse confronto?
Quem chega a uma final de Champions não tem que provar nada para ninguém. Lutou para estar ali. Claro que todo mundo falava desse duelo por tudo que vem acontecendo nos últimos anos e é natural e compreensível. Você ver um Cristiano e um Messi fazendo mais de 60 gols em um ano é de tirar o chapéu e aplaudir. Obviamente, as pessoas veem esses clubes como os melhores, mas tem que se jogar. Jogo é jogado e disputado lá dentro do campo. Eles sabem disso e foram humildes aos reconhecerem que venceu quem foi melhor. Futebol é assim. Tenho certeza que no sábado também será um grande show.

David Luiz em sala de jogos na sua casa em Londres

Até que ponto você acha que o fato do Bayern jogar em casa pode ser bom para o Chelsea?
Pode tirar um pouco da pressão. Só que eu, como jogador, sei como é dentro do campo e esquecemos isso tudo. Quando a bola rola, esquecemos onde estamos, quem está assistindo, que eles estão em casa, e o jogo vai desenhar uma história. Só se vivencia o que está acontecendo dentro de campo. Teoricamente, é fácil falar que a pressão é maior em cima deles e vamos mais tranquilos. Por outro lado eles estão em casa, não precisaram se locomover, já estão vivendo a atmosfera, mas... Em final de Champions tudo pode acontecer. Já vimos time abrir 3 a 0 e tomar a virada. Vai ser um excelente jogo.


David Luiz espera entrar para história do Chelsea
A Champions é, indiscutivelmente, uma obsessão para essa geração Abramovich, mas o clube sempre tropeçava nas semifinais. Justamente nesta temporada, que pintava como a pior dessa era, você podem transformar na melhor da história. Vocês falam entre si dessa volta por cima de março para cá e da importância de consolidar isso?
Desde o início acreditávamos no nosso trabalho. Uma temporada só pode ser avaliada quando acaba. Lógico que no meio tentam fazer uma história, criar um rótulo, mas a decisão só vem no fim. E um ano que todos viam como um nada para o Chelsea pode ser a melhor de sempre e com o maior título de sempre para o clube. Assim que é o futebol. O Manchester United, por exemplo, fez muitos grandes jogos esse ano, ganhou do Arsenal de oito, e não conquistou nada. Futebol tem essa magia, essas coisas. Por isso, é apaixonante. De repente, se escreve uma nova história.


Três meses depois, já é possível avaliar o motivo do André Villas-Boas não ter dado certo? O que mudou tanto neste período?
Não, as coisas vão acontecendo naturalmente. Resultado conta muito. O André é um excelente treinador, já conhecia de Portugal. Aqui, conheci como pessoa e também é excelente, um cara que vai ter um futuro brilhante, com certeza. Temos que tirar o chapéu para ele. Mas não teve sorte. Os resultados não aconteceram, a pressão é grande e as pessoas tentam mudar. É algo natural. Se as coisas não acontecessem para o Di Matteo, seria o mesmo. Agora já falam dele para o próximo ano. No futebol, a verdade de hoje amanhã é mentira e vice-versa. Comentamos do último jogo e do próximo. Não olhamos muito lá para trás ou lá na frente.

Falou-se muito na época da saída dele de crise de relacionamento, de problemas como aconteceram com o Felipão...
Mas falam porque um clube grande como o Chelsea tem que ter resultados. Então, tentam achar um motivo para o problema. Não trabalhei com o Felipão, mas tenho certeza que ele se dedicou da mesma forma que se dedicou para o Brasil ser campeão. Assim como sei que o André também fez de tudo. Não deixou de fazer um grande trabalho, mas as coisas não aconteceram em termos de resultados.


David Luiz ao lado de fotos do sobrinho e quadro do Chelsea 

Por falar no elenco, como que você se transformou tão rapidamente em uma figura importante em um grupo com tantos medalhões e jogadores experientes? Já vi você dando dura até mesmo no Terry em jogos... O seu jeito de ser brincalhão, espontâneo, te ajudou muito?
Eu brinco, mas não perco o respeito com ninguém. E em campo temos que mostrar com nosso trabalho todos os dias. Todo mundo sabe que eu tenho esse jeito brincalhão, que gosto de humor todo dia, mas em campo dou meu melhor, me dedico ao máximo, e jogadores grandes sempre lembram que têm dois ouvidos e uma boca. Por isso, são jogadores grandes. Por ouvirem, absorverem todo tipo de comentário. Eles sempre me deram a liberdade para falar o que fosse. Brigamos e lutamos por um só objetivo, que é levar o Chelsea as vitórias. Olhamos muitos craques do futebol mundial e esquecemos que são seres humanos normais. Eu mesmo lembro que foi assim comigo no Benfica, quando vi jogadores que só via no vídeogame. Depois, aqui também. Mas são pessoas normais e de excelente coração.


Já virou sua marca aqui na Inglaterra esse lado extrovertido, brincalhão. De que forma você contagiou o grupo, principalmente os ingleses, que têm fama de frios?
Quando vim, foi até um desafio por achar que encontraria um grupo muito triste e frio, por conta dos ingleses. Não encontrei isso. Vi o contrário e pensei: “Por que não trazer o jeito brasileiro?”. Conquistei muita coisa na vida sempre sendo que eu sou, nunca precisei ter duas caras. Sempre brinquei. Lembro que desde o início eu tentei contagiar com essa alegria, esse jeito para dentro do clube, e isso ajudou a ligar um com o outro. Também foi uma espécie de autoproteção que eu tenho para encarar novos desafios. Sabemos como é quando se troca de ambiente, até se sentir em casa. Uma brincadeira é sempre bom. E esse é o meu jeito. Lembro que desde o primeiro dia já brinquei com os porteiros, jogadores, a tia que limpa. Isso tudo me ajuda quando eu preciso. Sei que a brincadeira que eu faço todo dia com eles, um dia que eu estiver triste eles vão brincar comigo e me ajudar. Isso gera uma onda positiva para o meu trabalho e minha vida.


David Luiz leva críticas numa boa
Você é muito querido no Chelsea, mas alguns comentaristas ingleses ainda pegam muito no seu pé. O Gary Neville mesmo disse que você parece um jogador de vídeo game comandado por uma criança. Como você encara essas críticas?
O Gary Neville jogou no Manchester (risos). Essa é minha profissão. Quando escolhi, sabia que se um dia jogasse em um grande clube seria dessa forma. Não podemos agradar todo mundo. Há pessoas que amam o nosso trabalho e outras que odeiam. Se eu não fizer bem feito, não vão gostar, e o contrário também. Tudo depende da minha dedicação, do meu trabalho em campo. Eu aceito todo e qualquer tipo de crítica quando vejo que tem fundamento. Quando criticam só por coração, pelo time, por querer criticar, simplesmente não escuto e não tiro nada de bom. Fiquei feliz quando vi a entrevista do (Anton) Ferdinand ao GLOBOESPORTE.COM falando do meu nome. Fiquei lisonjeado por ler elogio de um jogador e irmão de outro que por muitos anos foi o melhor zagueiro do mundo. Na história com o Gary Neville, ele foi um pouco infeliz no comentário por não respeitar uma profissão que ele já exerceu, mas não guardo mágoa. Já o encontrei em jogos e fiz questão de cumprimentar, sem ressentimentos. Sempre brinco dizendo que ele jogou no Manchester, é natural que 70% dele seja vermelho.


John Terry e David Luiz comemoram gol do Chelsea contra o Napoli 

Quando você chegou ao clube, o Paulo Ferreira costumava fazer o papel de tradutor nas entrevistas, mas hoje em dia você já passa pela zona mista falando com todo mundo, tranquilo. Já está com o inglês afiado?
Não está voando, mas eu tento me virar. Sou um cara que gosto de me expressar e tive que me virar o mais rápido possível. Prefiro ir lá e errar do que ir alguém que fale algo que não seja exatamente o que eu disse. Melhor estar saindo direto de mim para depois eu assumir toda responsabilidade. Antes, era impossível. Eu não entendi nada (risos). Aos poucos fui pegando e agora posso tentar ajudar e respeitar a todos. É o trabalho de vocês. O jogador tem que lembrar que não é apenas jogador em campo, é o espelho para os torcedores. Por isso, tem que sempre falar e falar de uma forma carinhosa. São os torcedores que nos fazem quem somos.


David Luiz escondeu a "peruca" durante o papo
Você fala bastante dessa questão de dar o exemplo, ser atencioso com os fãs... É uma postura que vem de algum exemplo que você tem no futebol?
São os princípios que meus pais me ensinaram, para respeitar todos independentemente da posição na sociedade. Respeito desde a pessoa que limpa até o dono do clube. Falo, pego na mão e abraço do mesmo jeito. Não tenho que mudar nada, tentar ser mais elegante pelas outras pessoas. Serei sempre eu.

Como que é seu dia a dia em Londres? Já conhece todos os pontos turísticos, curte ir para rua?
Conheço muita coisa. Essa cidade nos atrai e nos oferece bastante opção de entretenimento. Quando tenho folga, tento aproveitar com a família. Até porque, todo mundo quer conhecer Londres, é uma das melhores cidades do mundo. Hoje em dia, já ambientado, fico mais em casa. Até por ser muito dorminhoco (riso). Gosto de sair para jantar. Há muita variedade de culinária aqui e sempre tento conhecer novos lugares.


David Luiz falou sobre o difícil começo na carreira 

Voltando no tempo, queria que recordasse sua trajetória no futebol. Você foi dispensado do São Paulo sob a alegação de que não iria crescer, depois foi para o Vitória, longe de casa... Qual foi o momento mais difícil?
As dificuldades são colocadas para serem superadas. Penso assim desde o dia que saí de casa e falei com os meus pais que só voltaria quando pudesse dar uma vida melhor para eles. Do São Paulo, eu não tenho ressentimento. Falaram da altura, mas foi uma desculpa que deram para não contarem mais comigo. Foi o primeiro golpe duro do futebol, eu tinha apenas 13 anos, estava desde os nove no clube, e de repente me vi tendo que ir para Bahia, sair de casa...


David Luiz na festa pelo título da FA Cup
Como foi sua chegada ao Vitória? Através de empresários?
Não. Um amigo estava fazendo testes e conversou para que eu fosse fazer também. Os anos se passaram até que consegui me profissionalizar quando o clube caiu para Terceira Divisão. Foi quando os jovens tiveram a oportunidade de jogar. Fui um desses. Daí, conseguimos o acesso e tive a oportunidade de ir para o Benfica no último dia da janela de transferência. Ainda vou contar a minha história em livro... 

Conta para a gente...
No último dia aconteceram muitas coisas. Já estava desacreditado em sair. Tinha alimentado o sonho por muito tempo e não acontecia. Antes do Benfica já tinha outras propostas. Lembro que teve um jogo contra o Criciúma, na Série C, onde os dois times já tinham subido, e viajaram seis caras do Anderlecht (Bélgica) para me ver e já levar. Quando chegaram lá: 1, 2, 3, 4...Tomamos de 5 x 0 e os caras disseram: “Não é esse que a gente quer” (risos). Mas foi obra de Deus. De repente, se fosse para lá não estaria em uma vitrine como Portugal.


E como foi esse último dia antes do fechamento da janela?
Lembro que no dia 29 de janeiro (de 2007) meu empresário ligou e disse que eu ia viajar para Lisboa no mesmo dia à noite. Perguntou se eu estava com meu passaporte e eu disse: “Estou, estou”. Já não aguentava mais ouvir ele falar disso. Fui treinar e quando voltei, cadê o passaporte? Procurei e nada. Liguei e meu pai achou em São Paulo. Enquanto isso, o Júlio, que trabalha com meu empresário, foi para Salvador para irmos para Portugal. Chegou e eu não tinha passaporte. Foi uma correria e conseguimos o jatinho da Ivete Sangalo para tentar pegar um voo para Paris por São Paulo. Corremos, descemos na pista para embarcar direto e quando chegamos o rapaz do aeroporto me deu o passaporte e disse: “Aqui está o passaporte e o bilhete, mas seu voo era aquele lá”. O voo tinha saído. Igual a filme. No dia seguinte, o presidente do Benfica nem acreditava que eu existia, quis falar comigo no telefone, pediu para jogar já domingo e eu mesmo com um problema no púbis, quase sem andar, falei: “Posso, posso”. No fim, pegamos o voo já no dia 30 e deu tudo certo.

A vinda para o Chelsea também foi no último dia da janela...
Também 31 de janeiro. Neste dia eu ainda treinei no Benfica. Já tinha a conversa, mas às 16h eu treinei e a janela fechava às 24h. Estava lá normal e de repente o Júlio (que trabalha para o empresário) chamou da arquibancada: “Vamos embora! Vamos embora que os caras fecharam”. Saí correndo, estava com uma malinha pronta e ia pegar um jatinho para Londres. No aeroporto, os caras na maior demora, tinha que abastecer. No que o avião ia subir, mandaram descer e voltar para assinar por fax, pois já estava tarde. E foi assim já depois de 23h30m (risos). Acho que só chegou tudo registrado direitinho umas 23h50m.


Você tem algum ídolo de infância? Sempre quis ser zagueiro?
Até os 16, eu jogava do meio para frente (risos). Mas fui disputar um campeonato com o Vitória, nosso time jogava com três zagueiros e um deles machucou. Eu era volante, o técnico queria manter o sistema, me recuou e fui bem. Quando voltei, o profissional já chamou e na terceira semana eu estreei. Sobre ídolo, vai ser sempre o meu pai, que se dedicou tanto comigo. Me levava para bater bola nos campinhos em Diadema, batia com a esquerda, direita...


David Luiz  mostra o característico bom humor
O seu cabelo já virou uma marca registrada. Quando surgiu a ideia de deixar crescer e de que forma você cuida dele?
Não cuido nada. As pessoas pensam que eu passo de tudo, mas uso shampoo e condicionador normal, e só um creme para não ficar muito para cima, porque se não... (risos). Deixei crescer um pouquinho na Bahia, mas cortei por ser muito calor. Em Portugal fui deixando crescer até pelo frio, tapava as orelhas para treinar e de repente pegou. Como disse, jogadores são espelho no mundo, a criançada tenta copiar no jeito, na chuteira, no cabelo... Por isso é legal tentar dar o exemplo. Não só no visual, mas também nas ações.


Agora, até para cortar fica complicado...
Fica difícil. Muita gente vai me obrigar a usar peruca até crescer se eu cortar (risos). Virou uma marca, uma coisa bacana, que aconteceu naturalmente e, por isso, tem um brilho diferente.


David Luiz em entrevista ao Globoesporte.com
Fonte: Globo Esporte

1 comentário:

  1. Realmente se um dia for cortar o cabelovai dar um impacto, talvez só corte se de fato ele for ficar calvo, mas como até o momento não tem sinal de calvície, acho que o veremos de cabelo comprido por um bom tempo... que aliás... tá bem comprido ^^

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