sexta-feira, 15 de junho de 2012

Defesa se torna ponto fraco e gera incertezas para Londres

Mano Menezes já adiantou que Thiago Silva será o capitão do Brasil na Olimpíada de Londres. A presença do zagueiro do Milan, no entanto, não deve ser o bastante para dar consistência à defesa brasileira nos Jogos Olímpicos.
Usar as três vagas que tem direito para jogadores acima do limite de idade olímpica (23 anos) para homens da defesa pode ser a saída para o treinador tentar resolver as falhas defensivas. Ainda assim seria pouco, já que há dificuldades entre os jovens nas duas laterais e também em encontrar um companheiro para Thiago Silva no miolo da zaga.
Com o capitão lesionado e a defesa formada pelos jovens Juan e Bruno Uvini, o Brasil não conseguiu marcar a Argentina de Lionel Messi e foi derrotado por 4 x 3 no último jogo da seleção olímpica, no sábado, quando o melhor jogador do mundo explorou com velocidade os espaços deixados pela retaguarda do Brasil.
- Seleção brasileira não pode levar quatro gols de ninguém, nem da Argentina nem de Messi – disse à agência inglesa de notícias Reuters o ex-lateral-direito do Brasil Carlos Alberto Torres, capitão do tricampeonato mundial conquistado em 1970 no México.
- Tem muita coisa para arrumar ali. Não dá para jogar sem o Thiago Silva e precisa de outras peças também, porque o time mostrou uma fragilidade defensiva. Acho que essa é a principal lição que fica desses amistosos – acrescentou.
Mesmo quando esteve em campo, o zagueiro de 27 anos, que já foi confirmado como um dos três nomes acima do limite de idade para os Jogos, o Brasil perdeu por 2 x 0 para o México e também levou gols nas vitórias por 4 x 1 sobre os EUA e 3 x 1 sobre a Dinamarca.
- É muito gol para uma defesa brasileira, mas foi uma boa lição, porque enfrentamos a força máxima da Argentina e a seleção (brasileira) está se formando – disse o tetracampeão mundial com o Brasil Mario Jorge Zagallo.
O lateral-direito Danilo, que começou a série de amistosos como titular, perdeu a vaga para Rafael contra a Argentina após deixar clara sua deficiência na marcação. O gol dos EUA e o primeiro do México saíram em erros defensivos do jogador do Porto.
Na zaga, Juan cometeu o erro mais grosseiro do Brasil nos amistosos. Não afastou uma bola dentro da área e acabou sendo forçado a cometer um pênalti contra o México.
- Com a volta do Thiago, acho que pode minimizar, mas precisa também de um lateral direito. Nem o Danilo nem o Rafael têm condições de entrar nessa seleção – disse à Reuters o técnico bicampeão brasileiro Antonio Lopes, campeão do mundo em 2002 como diretor técnico da seleção brasileira.
Para os Jogos Olímpicos, em que o Brasil tentará mais uma vez a conquista da inédita medalha de ouro, Mano Menezes pode buscar consertar os problemas levando a dupla titular da seleção principal Thiago Silva e David Luiz. A terceira vaga acima dos 23 anos deve ser do lateral-esquerdo Marcelo, que tem ido bem pela seleção, mas que é mais conhecido pela força ofensiva do que na marcação.
Porém, ainda sobraria o problema da direita. Nesse caso, Mano poderia optar por Daniel Alves, que joga nas duas laterais, mas o treinador teria que abrir mão de um dos outros nomes.
- Tem que corrigir, na minha opinião, a lateral-direita, colocar um quarto zagueiro para jogar com o Thiago Silva, seja o David Luiz ou o Dedé, porque o Juan, faça-me um favor – acrescentou Lopes, reconhecido por armar boas defesas em suas equipes.
Mano reconheceu após a derrota para os argentinos que precisa buscar soluções na defesa, mas no geral disse estar satisfeito com a equipe. “Queremos ceder menos oportunidades do que cedemos ao melhor jogador do mundo”, afirmou.
- Mas todo trabalho que fazemos há quase dois anos tem fundamento. A maior prova disso é a nossa capacidade de enfrentar qualquer adversário – disse ele sobre o jogo equilibrado contra a Argentina.


Fonte: Correio do Brasil

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